A Alma que (também) somos

Nos tempos que correm, cada vez mais pessoas estão a despertar para a auto-descoberta, para saber quem são, o que são e o que vieram fazer neste lindo Planeta azul ao qual chamamos casa.

Esse despertar espiritual implica a procura de respostas, as quais não se encontram nos livros nem se ouvem na televisão ou nos programas de rádio.

Perguntas como, o que realmente eu sou? De onde venho? Já aqui estive ou só vivo uma vida e depois tudo acaba? Qual o meu papel, a minha missão nesta vida? Qual o meu propósito nesta sociedade, neste Planeta, neste Universo e nos outros, caso estes existam? O que posso fazer para me sentir melhor e mais útil para mim mesmo? Estas e muitas outras perguntas, não têm uma resposta directa nem estão nos livros nem nas televisões. Estas respostas muitas vezes, apenas podem ser apenas percebidas com o trabalho interior de cada um, são respostas que vêm de dentro, apesar de haver sempre uma ajuda externa, uma pequena, mas por vezes, grande ajuda que é necessária, contudo, o trabalho é sempre um trabalho interior, da própria pessoa que quer despertar.

"De entre as muitas questões que a pessoas se questiona, há uma que, mais tarde ou mais cedo surge. O que é aquilo a que chamamos Alma ou Espírito."

De acordo com o Cristianismo, vem referido na Bíblia Sagrada, o termos Alma significa o ser vivo, a identidade da pessoa. Quando o ser vivo morre, a alma também desaparece.

Para os cristãos, Espírito, é o que se ergue após a morte, é eterno, contudo, no Novo Testamento, existem referências sobre a Alma continuar após a morte do corpo físico. Estas divergências, provavelmente devem-se ao facto de espácio-temporalmente terem sido escritas em alturas diferentes, a forma como foram traduzidos e ao idioma do qual foram traduzidos, bem como ao próprio tradutor.

No Hinduísmo, Alma é Atman, palavra sânscrita e significa o mais elevado princípio humano, a essência divina, sem forma física e indivisível. A Atman é eterna, sempre existiu e sempre existirá.

No Budismos, o conceito de Alma é negado. Partindo do princípio que o eu não existe, a sua Alma também não. Nesta forma de ver e interpretar o ser humano, neste, não há nada permanente e eterno.

Apesar disso, para o budismo, a nossa consciência é uma chama e, essa chama karmica de consciência vai para um novo corpo, desempenhando assim um papel de Alma.

No Islamismo, a Alma faz parte de nós, foi separada por Deus, ainda no feto, na barriga da mãe. Também aqui, a Alma não tem fim, vive para sempre.

Várias religiões, as mais aceites e das mais praticadas, com mais seguidores, praticamente o mesmo conceito apesar de algumas diferenças. Todas elas, de alguma maneira, acreditam que existe algo ao qual estamos ligados que, sobrevive à nossa morte física, apesar de cada uma delas a observar de maneira diferente, quanto à sua origem, caminho e destino. Into leva a crer que a fonte que espalhou a informação foi a mesma para todas as religiões, foi aquela que nos deu vida com propósito divino.

Num conceito desprovido das amarras que todas as religiões invariavelmente apresentam devido a estarem aprisionadas nelas próprias por regras e obrigações criadas pelo homem para servir propósitos humanos do seu interesse, a Alma pode ser definida como sendo o nosso todo, que também é uma parte do Todo porque o Todo, tudo é. A Fonte Criadora e Criativa.

A nossa Alma está em constante evolução, em constante aprendizagem, não sendo, portanto, estanque no seu adquirir de conhecimento, experiências, sentimentos e emoções.

Quantas mais vivencias tiver, mais evoluída a Alma se torna.

"A Alma não teve princípio nem vai ter fim. É indivisível, mas é, ao mesmo tempo um conjunto infinito de energias. A Alma sempre foi e sempre será."

É difícil para nós humanos imaginar algo assim, sem um início e sem um fim, isso acontece devido à nossa mente limitada pois a nossa tendência é ver tudo no formato humano, até Deus nós o criamos à nossa imagem, imperfeito, apesar de superior a tudo o que imaginamos.

A nossa Alma sempre esteve aqui. Antes da nossa vinda para o Planeta há mais de 100.000 anos já a nossa Alma estava aqui. Antes da Terra existir, já a nossa Alma estava aqui no Universo. Antes da nossa Galáxia existir, já a nossa Alma aqui estava. Antes de outros Planetas onde estivemos a fazer este trabalho que fazemos aqui na Terra, já a nossa Alma estava aqui.

Antes do Big-Bang que não foi o início de tudo, mas sim o início deste universo, já a nossa alma estava aqui. É difícil aceitar, é difícil entender, é preciso sair para fora da caixa para ter um vago vislumbre do isto tudo é e perceber um pouco da nossa grandeza, da nossa grandeza como Almas porque a nossa grandeza como humanos é limitada e finita.

Nós somos a nossa Alma, mas, a nossa Alma não somos nós, é muito mais do que isso. Apenas uma pequena parte dela está connosco neste nosso corpo físico.

Todas as nossas vivencias neste Planeta, estão concentradas naquilo que chamamos Alma, vida após vida, emoção após emoção, conhecimento após conhecimento, são guardados nos registos da nossa Alma pois, também é isso que a nutre e faz evoluir.

Há ainda um papel que muito provavelmente, a nossa Alma realizou e realiza sempre que voltamos, que foi o de conspirar, idealizar e materializar o nosso corpo e a nossa mente nesta expressão que vivemos na Terra. A nossa Alma é a obreira do milagre da vida. Ela prepara cada potencial que viemos trabalhar pois é ela, quem, melhor que ninguém sabe o que precisamos para evoluir, o que precisamos como Todo e não como humanos a viver esta expressão pois esta expressão é apenas mais uma entre muitas que tivemos e vamos ter.

No final de cada vida, depois de morrermos fisicamente, temos 3 dias para colocar todas as energias das nossas experiências de vida nos registos da Alma. Só depois regressamos efectivamente para casa com vista à preparação de mais um retorno ao Planeta.

A nossa Alma, também somos nós, mas não só.

Com Amor,

David